ANEEL confirma bandeira tarifária vermelha patamar 2 para outubro: contas de luz terão aumento Generación, Regulación

01/10/2024

Brasil

Generación

Cobrança extra reflete baixa afluência nos reservatórios e elevação do
preço da energia no mercado

A Agência
Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) anunciou, nesta sexta-feira (27/9), que a
bandeira tarifária para o mês de outubro será vermelha, no patamar 2, o mais
elevado. A partir de 1º de outubro, os consumidores de energia elétrica
conectados ao Sistema Interligado Nacional (SIN) pagarão um valor adicional de
R$ 7,877 para cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos.

Esse
acréscimo na tarifa é resultado da combinação de fatores como o risco
hidrológico (GSF) e o aumento do Preço de Liquidação das Diferenças (PLD),
fortemente influenciados pela baixa afluência prevista para os reservatórios
das principais hidrelétricas do país. A escassez de chuvas nas regiões Sudeste,
Centro-Oeste, Norte e Nordeste, associada à demanda crescente por energia,
pressiona o sistema elétrico, levando ao acionamento de usinas termelétricas,
que possuem custo de geração mais elevado.

O mês de
outubro marca a interrupção de um período mais estável no sistema de bandeiras
tarifárias. Após uma sequência de bandeiras verdes que começou em abril de 2022
e foi mantida até junho de 2024, a situação começou a mudar em julho deste ano,
quando a bandeira amarela foi acionada. Em agosto, voltou-se à bandeira verde,
mas, em setembro, houve a necessidade de aplicar a bandeira vermelha, patamar
1. Agora, com a previsão de condições hidrológicas adversas, a ANEEL optou pelo
patamar 2 da bandeira vermelha para o próximo mês, refletindo um cenário de
pressão adicional sobre os custos da geração de energia no Brasil.

Sistema de
bandeiras tarifárias: sinal de alerta para os consumidores

O sistema
de bandeiras tarifárias foi implementado pela ANEEL em 2015 como uma maneira de
repassar, de forma transparente, os custos variáveis da geração de energia
elétrica para o consumidor. Ao indicar a cor da bandeira tarifária vigente
(verde, amarela ou vermelha, que pode ter dois patamares), o sistema informa se
a energia está sendo produzida em condições favoráveis ou se há necessidade de
uso de fontes de geração mais caras, como as termelétricas. Isso permite que os
consumidores adaptem seus hábitos de consumo conforme o cenário energético do
momento, ajudando a reduzir o valor da conta de luz.

Quando a
bandeira está verde, não há cobrança adicional, indicando que as condições de
geração estão favoráveis. No entanto, com a bandeira amarela, é cobrado um
acréscimo de R$ 2,989 para cada 100 kWh, e, na bandeira vermelha, patamar 1, a
cobrança extra sobe para R$ 4,169. No patamar 2, o valor é o mais elevado,
chegando a R$ 7,877 por 100 kWh.

Além de
servir como um sinal de alerta para que os consumidores economizem energia, o
sistema de bandeiras tarifárias tem como objetivo garantir a sustentabilidade
do setor elétrico, ajustando os preços de acordo com a disponibilidade e custo
da geração. Antes da adoção desse sistema, os repasses de custos aos
consumidores ocorriam apenas durante os reajustes tarifários anuais, o que não
permitia uma resposta imediata às variações de preço.

Chuvas
escassas e demanda alta pressionam o sistema elétrico

As
projeções de afluências para o mês de outubro indicam que o volume de chuvas em
três das principais regiões do país ficará abaixo de 50% da Média de Longo
Termo (MLT). No Sudeste/Centro-Oeste, onde se concentram os principais
reservatórios do Brasil, as afluências devem alcançar apenas 43% da MLT,
enquanto no Nordeste a previsão é de 33%. As regiões Norte e Sul também
enfrentam condições desfavoráveis, com estimativas de 38% e 86% da MLT,
respectivamente.

Além disso,
a demanda por energia no Sistema Interligado Nacional (SIN) deve registrar um
crescimento de 4,7% em outubro, impulsionada pelo aumento da atividade
econômica e pelas altas temperaturas esperadas para o mês. Esse cenário
adiciona uma pressão extra ao sistema, sobretudo nos horários de pico, quando o
consumo tende a ser mais elevado.

Apesar dos
desafios, a ANEEL ressalta que as condições dos reservatórios são compatíveis
com o período e que o sistema elétrico brasileiro está preparado para atender à
demanda. Contudo, o aumento nos custos de geração de energia, causado pelo
acionamento das termelétricas, justifica a necessidade de implementar a
bandeira tarifária vermelha no patamar mais alto.

Conscientização
e uso responsável da energia

Diante da
aplicação da bandeira vermelha patamar 2 em outubro, a ANEEL reforça a
importância da conscientização e do uso responsável da energia elétrica.
Economizar energia, além de ajudar a reduzir o valor das contas, é uma prática
essencial para a preservação dos recursos naturais e para a sustentabilidade do
sistema elétrico. Medidas simples, como o uso eficiente de aparelhos
eletrodomésticos, evitar o desperdício de energia e optar por fontes
renováveis, quando possível, podem fazer a diferença em momentos de maior
pressão sobre o sistema de geração. (Cenário
Energia – Brasil)