Calor intensifica e ONS registra novo recorde de carga Generación, Gestión

15/11/2023

Brasil

Demanda
instantânea de energia no SIN atingiu 101.475 MW às 14:20 da tarde desta
terça-feira, 14, enquanto geração térmica ultrapassou 13 GW com acionamento de
usinas a óleo combustível

Depois de superar
o patamar histórico de setembro na última segunda-feira, 13 de novembro, o
calor extremo que atinge boa parte do país e dos centros de consumo fez a carga
bater novo recorde. Segundo informações do Operador Nacional do Sistema
Elétrico, a demanda instantânea de energia no Sistema Interligado Nacional
chegou a 101.475 MW às 14h20 desta terça-feira, 14 de novembro.

No momento do
recorde, o atendimento à carga era feito por 60.095 MW de geração hidráulica
(59,8%), 11.601 MW térmicos (11,5%), 9.511 MW de eólicas (9,5%), 8.464 MW de
solar centralizada (8,4%) e 11.302 MW da micro e mini geração distribuída
(11,2%). Os recentes resultados demonstram que houve um incremento de 16,8% na
demanda, quando considerado o atendimento nos primeiros dias de novembro. O
montante atual é 0,5% superior a marca de 13 de novembro, quando a carga do SIN
superou pela primeira vez na história, a marca de 100.000 MW.

Térmicas

Em nota, a
Associação Brasileira das Geradoras Termelétricas (Abraget) destacou a
contribuição de mais de 13 GW termelétricos para atendimento da demanda em
função das elevadas temperaturas. Ontem esse tipo de geração tinha atingido
mais de 10 GW. “A matriz elétrica ideal é aquela que reduz as emissões de
carbono mantendo a segurança elétrica e energética do SIN”, diz o documento,
que afirma também ser uma busca do setor contribuir com a minimização dos
impactos ao meio ambiente através de novas tecnologias que vêm sendo
implementados a nível mundial.

A Bolognesi
Energia ressaltou que o Operador solicitou o despacho de térmicas a óleo desde
a última segunda-feira, 13, tendo a participação efetiva de suas usinas Termo
Pernambuco III, Maracanaú e Borborema, em índices superiores a 60%. O diretor
Comercial e Regulatório da empresa, Daniel Araujo Carneiro, ponderou a
importância desse tipo de geração na matriz, pela ampla flexibilidade operativa
através de uma reserva adormecida para momentos como esse.

“As UTEs a óleo
proveem segurança, modicidade tarifária, flexibilidade frente às fontes
intermitentes, CVU baixo, capacidade sem energia, além do combustível
armazenado no site e gerando benefícios não percebidos pelos modelos de
formação de preço”, comentou o executivo. Ele também destacou que está em curso
a descontratação de usinas, que por serem flexíveis, se tornaram mais
competitivas uma vez que agregam o benefício econômico atrelado à redução da
receita fixa.

O diretor-geral
da Aneel, Sandoval Feitosa, afirmou em uma audiência no Senado Federal sobre
tarifas, em outubro, que o custo adicional com o acionamento do parque
termelétrico, determinado pelo CMSE, deve ficar limitado a uma demanda pontual.
Recentemente o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, informou que o
Comitê trabalha com muita precaução para garantir suprimento e, ao mesmo tempo,
equilibrar a segurança com a modicidade tarifária.

“Com combustível
líquido, a fonte possui vocação para serviços de capacidade, não requerendo
quaisquer tipos de subsídios, mas valoração justa do benefício e o direito de
participar dos mecanismos competitivos”, aponta Carneiro, que defende uma
oportunidade para esse tipo de geração no leilão de reserva que deve ocorrer em
2024. A demanda esperada para o próximo certame é de 8 GW, refletindo o acúmulo
de energia não contratada em 2022 e o vencimento dos contratos das UTEs
existentes. (CanalEnergia – Brasil)