Consumo de Energia no Brasil Cresce 3,2% em Setembro, Impulsionado por Calor e Retomada Econômica Generación, Gestión

28/10/2024

Brasil

Generación

Setores como Saneamento, Madeira, Papel e Celulose e Extração de
Minerais Metálicos alavancam consumo; temperatura elevada aumenta demanda em
residências

O consumo
de energia no Brasil registrou um aumento de 3,2% em setembro de 2024 em
relação ao mesmo mês do ano anterior, alcançando um total de 71.429 megawatts
médios, segundo dados divulgados pela Câmara de Comercialização de Energia
Elétrica (CCEE). A elevação da demanda é atribuída principalmente ao impacto
das altas temperaturas em boa parte do país e ao bom desempenho econômico de
alguns setores industriais.

De acordo
com a CCEE, os consumidores atendidos pelas distribuidoras locais, que compõem
o mercado regulado, utilizaram 42.970 MW médios, correspondendo a um
crescimento de 2,8% na comparação anual. O calor excessivo registrado em
setembro impulsionou o uso de aparelhos de ar-condicionado e ventiladores,
principalmente no mercado residencial, que se destaca por ser mais sensível às
variações climáticas.

O mercado
livre, que permite aos consumidores escolherem seus fornecedores de energia,
também apresentou uma expansão notável, com consumo de 28.459 MW médios, um
aumento de 3,8% em relação ao ano anterior. Esse crescimento foi estimulado
pela retomada econômica e pelo bom desempenho em 11 dos 15 setores econômicos
monitorados pela CCEE.

Consumo por
Setores Econômicos

Entre os
setores que mais demandaram energia, o destaque ficou com o segmento de
Saneamento, que registrou um crescimento expressivo de 7,6% em relação ao ano
anterior. O setor de Madeira, Papel e Celulose também teve um aumento relevante
de 7,5%, enquanto a Extração de Minerais Metálicos cresceu 6,5%, refletindo a
recuperação da atividade econômica e a alta demanda global por commodities.

Por outro
lado, alguns setores apresentaram queda no consumo. O setor de Comércio
registrou leve recuo de 0,1%, enquanto os setores de Químicos e Transportes
tiveram quedas mais acentuadas, de 1,5% e 2,8%, respectivamente. O segmento de
Telecomunicações apresentou a maior retração entre as atividades analisadas,
com uma diminuição de 3,8% no consumo de energia.

Esse
cenário misto de altas e baixas reflete a influência de fatores variados, como
mudanças no comportamento de consumo, impacto de tecnologias e variações
sazonais no uso da energia.

Variação do
Consumo por Região

As
condições climáticas intensas foram um fator determinante para a variação do
consumo de energia entre as regiões brasileiras. O Espírito Santo apresentou o
maior crescimento no consumo, com um aumento de 15,1%, seguido pelo Maranhão
(10,4%) e Amazonas (9,8%). Esses estados enfrentaram um clima especialmente
quente e seco, o que levou a um aumento do uso de equipamentos de refrigeração.

Em
contraste, o Amapá teve uma redução significativa de 12,3% no consumo de
energia, reflexo do clima mais ameno e chuvoso na região. A queda no consumo
também foi observada em boa parte do Nordeste, onde o clima úmido e
temperaturas mais baixas reduziram a necessidade de ventilação e refrigeração
artificial.

O Mercado
Livre de Energia em Expansão

O
crescimento do consumo no mercado livre reflete a crescente adesão de empresas
e consumidores a esse ambiente de contratação de energia, que oferece maior
flexibilidade e, em muitos casos, vantagens financeiras em relação ao mercado
regulado. Segundo a CCEE, o ambiente livre tem atraído novos consumidores
industriais e comerciais que buscam condições mais competitivas de
fornecimento.

Com o
aumento da demanda em setores chave como Saneamento e Mineração, o mercado
livre se torna uma ferramenta estratégica para indústrias que necessitam de
grande volume de energia e podem se beneficiar de contratos customizados,
ajustando a oferta e os custos de acordo com a demanda.

A
diversificação do consumo entre os setores e a distribuição geográfica reforçam
a importância de políticas que incentivem o desenvolvimento sustentável e
eficiente do setor energético, especialmente no contexto de expansão do mercado
livre. Além disso, a gestão eficaz da demanda durante períodos de temperatura
elevada é essencial para evitar sobrecargas e garantir a segurança do sistema
de distribuição.

Perspectivas
para o Consumo de Energia no Brasil

O
crescimento do consumo de energia em setembro sinaliza uma retomada de
atividades econômicas importantes para o país e, ao mesmo tempo, evidencia a
dependência do setor residencial das condições climáticas. Com a entrada do
verão nos próximos meses, a expectativa é que a demanda continue em alta,
especialmente em regiões com temperaturas elevadas.

Para o
setor de energia, o desafio será manter o equilíbrio entre oferta e demanda,
investindo em infraestrutura e fontes de geração renovável para garantir o
abastecimento durante períodos de pico de consumo. A CCEE continuará a
monitorar em tempo real as oscilações no consumo, fornecendo dados cruciais
para a tomada de decisões de curto e longo prazo.

A
diversificação da matriz energética, que inclui fontes renováveis e o aumento
da capacidade de geração e transmissão, será vital para sustentar o crescimento
do consumo e promover um desenvolvimento energético sustentável no Brasil. (Cenário
Energia – Brasil)