Governo está preparado para aumento do consumo de energia, diz Silveira Gestión, Operación

28/09/2023

Brasil

Gestión


Segundo o ministro, termelétricas podem ser acionadas em casos pontuais, para
equilibrar suprimento com modicidade tarifaria

O ministro
de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse em entrevista que o governo está
preparado para garantir o abastecimento de energia elétrica, no momento em que
o país enfrenta um crescimento expressivo da demanda, em razão do aumento
recorde das temperaturas no país. A preparação inclui um eventual acionamento
de usinas térmicas em casos pontuais e específicos, completou o ministro,
destacando que o grande desafio é equilibrar garantia de suprimento com
modicidade tarifária.

“Nós
sabemos que temos energias que custam menos e elas têm que ser utilizadas,
desde que não comprometam a segurança energética e, como eu disse, o pulmão, o
reservatório de energia firme”, afirmou, explicando que no mundo é considerada
firme a geração hidrelétrica e a térmica, incluindo usinas a biomassa e
nuclear.

O ministro
participou nesta quarta-feira, 27 de setembro, da cerimônia de assinatura dos
contratos de concessão do leilão de transmissão realizado em 30 de junho desse
ano. O certame ofertou nove lotes de empreendimentos com investimento previsto
de R$ 16 bilhões, incluindo instalações destinadas ao escoamento de energia
renovável do Nordeste e do Norte de Minas Gerais para os centros consumidores.
A solenidade no Palácio do Planalto teve a participação do presidente Luiz
Inácio Lula da Silva e do vice, Geraldo Alckmin, além do ministro da Casa
Civil, Rui Costa, e do diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica,
Sandoval Feitosa.

Silveira
disse que o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico trabalha com muita
precaução para garantir suprimento e ao mesmo tempo equilibrar a segurança com
a modicidade tarifaria. Ele lembrou que enquanto as usinas hidrelétricas
estavam vertendo água no início do ano, em razão da cheia dos reservatórios, o
colegiado comandado pelo MME autorizou o aproveitamento dessa água para
exportar energia para Argentina e Uruguai, com a finalidade de abater os custos
que são pagos pelo consumidor brasileiro na tarifa.

Segundo o
ministro, havia uma determinação para que, suspenso o vertimento de Furnas e de
Itaipu, o Brasil também suspendesse a exportação de energia hidrelétrica para
os países vizinhos. O objetivo era preservar o volume das represas,
considerando a possibilidade de escassez hidrica nesse ano, já que a
expectativa com o fenômeno El Niño é de menor volume de chuvas, o que também
vai afetar o volume hidrico no pais.

Apagão

O ministro
também comentou a minuta de relatório do Operador Nacional do Sistema Elétrico
apontando a performance dos equipamentos de controle de tensão de parques
eólicos e fotovoltaicos  próximos à linha
de transmissão Quixadá-Fortaleza II como 
a principal causa do apagão que afetou o Sistema Interligado no último
dia 15 de agosto. Destacou que o ONS é responsável pela operação do SIN e que o
documento divulgado no início da semana tem credibilidade justamente por ser um
relatório técnico.

“A
recomendação do CMSE é para que, apurada a causa do evento que ocorreu há mais
de um mês, todas as providências sejam tomadas para sanar qualquer oscilação
que possa gerar qualquer instabilidade no sistema”, disse.

Já em
relação ao inquérito aberto pela Polícia Federal para apurar um possível ato de
sabotagem na ocorrência, ele afirmou que é uma prerrogativa de quem preside a
investigação fazê-lo de forma independente, para chegar a uma conclusão
definitiva. O ministro disse ainda que laudo do ONS demonstrou que o sistema de
transmissão brasileiro precisa ser reforçado, para que se tenha a ampliação de
investimentos em fontes renováveis. (CanalEnergia – Brasil)