Lula promete acelerar a transição energética Económico – Financiero, Generación, Transmisión

11/04/2023

Brasil

Económico – Financiero

Em balanço
dos 100 dias de governo, presidente anunciou a contratação de mais energia
eólica e solar, casada com a ampliação da rede de transmissão

O
presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou durante a cerimônia de balanço dos
100 dias de governo que a transição energética será acelerada. O governo,
segundo Lula, vai lançar editais para contratação de energia solar e eólica em
montantes equivalentes à capacidade de geração das maiores usinas hidrelétricas
do país, além de leilões de transmissão que irão tornar ainda mais rápida e
atrativa a implantação desses parques de energia limpa.

“E não
perderemos a oportunidade de nos tornarmos uma potência global do hidrogênio
verde”, completou em discurso nesta segunda-feira, 10 de abril. Lula também
reforçou o papel da Petrobras na transição, anunciando que a empresa vai
financiar a pesquisa de novos combustíveis renováveis, além de retomar o papel
de protagonista nos investimentos, ampliando a frota de navios da subsidiária
Transpetro e gerando emprego nos estaleiros nacionais.

A transição
energética é um dos seis eixos do programa de investimentos estratégicos em
infraestrutura, que deve funcionar nos moldes do antigo Programa de Aceleração
do Crescimento e baseado também na experiência do programa de concessões. Os
outros eixos são transportes, infraestrutura social, inclusão digital e
conectividade, infraestrutura urbana e água para todos.

Uma das
preocupações em relação à expansão da geração de fontes renováveis é que ela
venha acompanhada da ampliação simultânea da capacidade de escoamento dessa
energia. “Nós temos casos em que a energia estava sendo produzida e a gente não
tinha linha de transmissão. Eu poderia lembrar, se não me falha a memória, [as
hidrelétricas do rio] Madeira, Santo Antônio e Jirau, em que a gente tinha que
fazer uma linha de transmissão para Araraquara, em São Paulo. E, na execução
dos projetos, teve tanto problema, teve tanto empecilho, que ficaram prontas as
duas hidrelétricas e a gente não tinha a rede de transmissão ainda pronta pra
trazer [essa energia]”, disse Lula, acrescentando que isso não pode acontecer
no atual mandato.

Lula frisou
que sempre considerou a Petrobras mais do que uma empresa de petróleo. Destacou
o papel da estatal como companhia de energia e disse que, historicamente, a
Petrobras foi a empresa que mais investiu em pesquisa e inovação no país, a
exemplo da descoberta do pré-sal, que foi resultado de bilhões em
investimentos.

De acordo
com o presidente, o país retomou nos primeiros três meses a capacidade de
planejamento de longo prazo, que será traduzido em um grande programa que trará
de volta o papel do setor público como indutor do investimento estratégico em
infraestrutura. A proposta prevê a retomada de obras paradas e acelerar as que
estão em ritmo lento, além de selecionar novos investimentos de caráter
estratégico em todo o país.

O governo
recebeu uma lista de obras prioritárias dos governos estaduais, e os
ministérios estão identificando outros investimentos estruturantes, para fechar
uma lista definitiva que será divulgada no início de maio. Além dos
empreendimentos contemplados no programa, também serão definidos os mecanismos
de financiamento para que eles saiam rapidamente do papel.

“Articularemos
ainda com mais eficiência os investimentos públicos e privados e os financiamentos
dos bancos oficiais em uma mesma direção: a do desenvolvimento com inclusão
social e sensibilidade ambiental,” disse Lula. Ele  destacou ainda que a mudança para um economia
de baixo carbono será tratada como estratégia de desenvolvimento do país, e a
estrutura produtiva nacional passará por uma reindustrialização verde e
digital.

Prometeu
que o Brasil vai voltar a ser referência mundial de sustentabilidade e
enfrentamento das mudanças climáticas, além de cumprir as metas de redução das
emissões com o desmatamento zero até 2030 na Amazônia e o combate ao
desmatamento nos demais biomas. Ações voltadas para a mitigação das mudanças do
clima também serão adotadas nos centros urbanos, com ações de redução de
carbono na mobilidade e na construção civil. (CanalEnergia – Brasil)